Mercado de trabalho feminino aumenta na América Latina em 2009, mas cai no Brasil

O Brasil está entre a minoria dos países da América Latina onde as mulheres perderam participação no mercado de trabalho em 2009, enquanto o resto da região, em geral, registrou um aumento, informam dados divulgados hoje pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Além de Brasil, Equador, Jamaica e República Dominicana foram os outros países que apontaram quedas, entre os 14 analisados pelo estudo da OIT. Segundo os dados, pela primeira vez em tempos de crise, as mulheres aumentaram sua participação no mercado de trabalho latino-americano, representando 40% da força de trabalho da região.
María Elena Valenzuela, especialista regional de Gênero e Emprego da OIT, explicou à Agência Efe que, em 2009, houve uma queda "muito pequena" na taxa de participação masculina, de 0,2 ponto percentual, e um leve aumento na participação feminina, de aproximadamente 0,5 ponto percentual.
Dessa forma, a força de trabalho feminina em 2009 teve pela primeira vez um comportamento pró-cíclico. Do total de 14 países analisados, ela registrou aumento em dez países e caiu apenas nos quatro citados. As altas registradas ocorreram na Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Honduras, México, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela.
Segundo Valenzuela, é habitual que em tempos de crise "os homens e as mulheres jovens tendam a se manter mais tempo no sistema escolar esperando melhores oportunidades". Por outro lado, a participação feminina aumentou nessa vez porque a inserção laboral se consolidou como parte de suas necessidades essenciais "e é uma força primária e fundamental para o sustento econômico das famílias", assinala a especialista.
Atualmente, as mulheres representam cerca de 40% da força de trabalho em toda a América Latina. Somente nos países do Cone Sul (Argentina, Brasil e Uruguai), os níveis de participação feminina ficam entre 50% e 60%.
A taxa de desemprego urbano na América Latina entre os homens passou de 5,4% em 2007 para 7,6% em 2009, enquanto entre as mulheres esse aumento foi de 7,5% para 8,6% no mesmo período.
Esse fenômeno surpreendeu a própria OIT, que em março de 2009 alertou que o impacto da crise econômica podia ser maior em termos de ocupação nas mulheres que nos homens em grande parte do mundo, e especialmente na América Latina e no Caribe.
Por outro lado, apesar de em 2009 as mulheres terem conseguido mais postos de trabalho, isso ocorreu em categorias mais vulneráveis. Em 2009, a informalidade na América Latina continuava sendo muito mais elevada para as mulheres (57,1%) que para os homens (51%). A tudo isso se somam as disparidades de renda por sexo. Em média, as mulheres latino-americanas recebem 70% do que os homens ganham.

Fonte: EFE

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