O parto em outros países

No Brasil, as cesáreas chegam a perto de 90% dos partos em hospitais particulares. Viraram padrão, apesar das advertências em sentido contrário da Organização Mundial de Saúde. Veja como são os hábitos a respeito em outros países.

Mesmo hoje em dia, as práticas relativas ao parto variam muito nos diferentes países. O modelo americano é o que mais se assemelha ao brasileiro... No entanto, a taxa de cesárea nos EUA não passa dos 25% e, mesmo assim, é considerada alta. É muito raro, por exemplo, que um parto normal seja realizado numa sala de cirurgia, como é de praxe no Brasil. Já existe um nível de consciência e questionamento por parte das mulheres americanas que faz com que práticas como movimentar-se e usar o chuveiro ou a banheira para aliviar as dores durante o trabalho de parto sejam amplamente difundidas e aceitas.
Países como Holanda e Inglaterra, com índices de mortalidade materna e infantil baixíssimos, ainda baseiam toda a assistência ao parto na figura da obstetriz ou parteira. Nestes países, os médicos obstetras são considerados especialistas que tratam apenas de eventuais complicações e das gestações de risco. As obstetrizes cuidam do pré-natal e fazem o parto normal da grande maioria das mulheres.

Obstetrizes como protagonistas
Na Holanda, 35% de todos os bebês nascem em casa. Lá, o parto domiciliar é quase rotina. A taxa de cesárea é menor que 10%. A gravidez tende a ser vista como uma fase especial na vida de uma mulher e não como uma doença. O parto é visto como um processo normal: doloroso mas compensador. O uso da anestesia peridural ainda é raro e cursos de preparação para o parto (normal) proliferam...
Os partos de baixo risco são acompanhados por obstetrizes, que costumam trabalhar em cooperativas de 3. É possível optar por um parto domiciliar ou um parto hospitalar, sempre com a obstetriz. Lá, a obstetriz não é uma enfermeira com especialização obstétrica, como aqui. Para tornar-se obstetriz, é necessário fazer um curso superior específico que dura 4 anos. Existem 3 escolas de obstetrizes no país e cada uma recebe por volta de 40 alunas por ano (a Holanda é um país pequeno de apenas 15 milhões de habitantes). A formação é considerada tão boa que os estudantes de medicina aprendem a fazer parto normal com elas. Ao se formar, a obstetriz é registrada junto ao estado e pode escolher trabalhar só com partos domiciliares ou então no hospital.
O obstetra só entra em cena quando há alguma indicação médica específica, ou seja, quando a gestação é de risco. É ele quem faz a cesárea, quando necessária. As obstetrizes também não podem usar nem o fórceps nem o vácuo-extrator. As relações entre obstetras e obstetrizes são, em geral, boas, caracterizadas por um respeito mútuo.
No parto domiciliar, o atendimento é realizado exclusivamente pela obstetriz e uma enfermeira-auxiliar. Depois do parto, a obstetriz cuida da mãe, avalia a placenta e o bebê (não há pediatra presente) e vai embora umas 2 horas depois. A auxiliar fica com a mãe e a obstetriz volta nos dias seguintes para ver se está tudo bem.
A enfermeira-auxiliar dá 8 dias de assistência pós-parto, tanto depois do parto hospitalar quanto depois de um parto em casa. Ela passa 8 horas por dia na casa da nova mãe, cuidando dela, de seu bebê e até da casa! Seu papel consiste em ensinar os cuidados com o bebê, receber as visitas, preparar as refeições e também limpar a casa.


FONTE: Amigas do Parto e Parto do Princípio
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